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Informação sobre salário é a mais importante para 77% dos candidatos a vagas de emprego, diz pesquisa

Estudo revelou ainda que as respostas padronizadas e a falta de retorno é o que mais incomodam os candidatos; problemas podem fazer empresas perderem talentos

Apesar de quase ninguém falar abertamente, é o salário e o horário de trabalho o que os candidatos mais querem saber antes de entrar em uma empresa. O interesse vem antes até da curiosidade pelo nome do local no qual irão trabalhar. É o que revela uma recente pesquisa da Onlinecurriculo, plataforma de currículos, que ouviu 500 pessoas de todas as faixas etárias e regiões do país a fim de entender as percepções delas sobre a comunicação das empresas durante o processo de seleção. Os motivos foram citados por 77,2% e 73,4% dos entrevistados, respectivamente.

“Não é um dado que causa espanto, apesar de ainda ser um tabu. Hoje os profissionais querem viver com mais qualidade e adequar o trabalho à sua vida, não o contrário. As empresas precisam se adaptar ou irão perder talentos”, opina Lotte van Rijswijk, Content Team Lead da Onlinecurriculo.

De acordo com Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged, durante o ano de 2022, um terço dos desligamentos foi feito de maneira voluntária por parte da força trabalhadora. “Essa falta de abertura das empresas para negociar horários de trabalho e salários pode estar atrelada a isso”, arrisca Lotte.

Só depois do interesse por estes dados é que aparece a preocupação com o nome e ramo da empresa, pré-requisitos da vaga (ambos elencados por 70,8% dos respondentes) e benefícios do cargo (70%). Na etapa de candidatura, o que os futuros funcionários (ou não) menos se preocupam em saber é sobre a história da companhia ou marca.

Profissionais maduros toleram menos vagas com informações incompletas

Mesmo buscando as opções que melhor se adequem aos seus objetivos de vida, parte dos respondentes (32,4%) disse que já se candidatou pelo menos uma vez a vagas que omitem informações importantes, caso o cargo lhe interesse.

Uma parcela menor chegou a aplicar para mais de uma vaga com informações “incompletas” (cerca de 24,2%). Menos ainda disseram fazer isso com frequência (10%). E um outro dado chama atenção: boa parte deles (28,6%), por outro lado, disseram não seguir com a candidatura caso não tenham todas as informações que lhes interesse na descrição da oportunidade.

No entanto, a abertura para aceitar vagas com menos informações é maior entre quem está ingressando ou está nos primeiros anos do mercado de trabalho. Pelo menos 41% dos entrevistados entre 16 e 24 anos disse que não deixaria de tentar uma oportunidade mesmo que não soubesse todas as informações de início.

À medida que a experiência profissional aumenta, os candidatos vão ficando mais criteriosos. Menos de 24,9% dos entrevistados com mais de 50 anos disseram aplicar para vagas incompletas.

É importante que as empresas se empenhem seriamente ao descrever uma vaga. Perder um profissional que é altamente qualificado para um cargo de diretor, CEO ou outros devido a uma descrição inadequada ou incompleta seria uma situação indesejável, diz. “Da mesma forma, contratar alguém inadequado para a posição por falta de candidatos mais qualificados seria igualmente prejudicial”, menciona Rijswijk.

A hesitação diante da falta de informações também é maior entre profissionais da região em que ficam as cidades que mais criam empregos no Brasil em 2022: Rio de Janeiro e São Paulo, segundo o Ministério do Trabalho. A descoberta revela que quanto maior a oferta de vagas, mais críticos são os candidatos em relação a qual delas irá tentar. Segundo a Onlinecurriculo, apenas 25,9% dos entrevistados da região Sudeste aplicariam para uma vaga incompleta.

No Centro-Oeste, Sul e Nordeste a predisposição para aplicar para essas vagas foi de 30,7% a 41,6%, sendo ainda maior no Norte, região em que 45,6% dos candidatos disseram dar uma chance para vagas com informações faltando.

O maior problema de comunicação das empresas é não oferecer comunicação nenhuma

A pesquisa também mostrou que um grande problema para os candidatos é a falta de resposta das empresas sobre a candidatura. Pelo menos 78,6% já participaram de algum processo de seleção e não tiveram nenhum feedback por parte da empresa.

Este foi o motivo mais citado pelos candidatos como o maior problema de comunicação das empresas. Na sequência, os entrevistados também reclamaram dos feedbacks automáticos e padronizados (49,4%).

Apesar de ainda não existirem números que medem este crescimento, a padronização do processo de candidatura, inerente às plataformas de recrutamento passou a ser motivo de crítica entre os profissionais. Como gerenciam milhares de candidatos a centenas de empresas ao mesmo tempo, um mesmo profissional pode acabar recebendo a mesma resposta de empresas diferentes.

Os participantes da pesquisa da Onlinecurriculo ainda disseram se sentir incomodados com respostas que não possuem nenhuma informação que contribuísse para o próprio crescimento pessoal e profissional, além daqueles incompletos/confusos ou com um tom rude. “É o mínimo que aqueles que se dedicaram horas se preparando para uma candidatura esperam de retorno. Do contrário, serão várias tentativas desperdiçadas sem o candidato saber se está cometendo algum erro crucial no processo”, opina Rijswijk.

Fonte dos gráficos: Onlinecurriculo