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Às vésperas do Copom, dólar cai 1% e fecha a R$ 1,745

Alta do juro tende a atrair recursos; Telebrás sobe 26%

Autor: Fabricio VieiraFonte: Folha de S.PauloTags: dolar

O dólar iniciou a semana em rota de baixa. Após operar o dia todo abaixo de R$ 1,75, encerrou as operações cotado a R$ 1,745 -menor valor desde 11 de janeiro. A depreciação da moeda ontem ficou em 0,96%.
Em semana de reunião do Copom, que promete marcar o começo do ciclo de elevações da taxa básica Selic, o mercado de câmbio espera a entrada de forte volume de capital do exterior. Recursos de captações recentes, especialmente por parte de bancos de médio porte, estariam entre os destaques.
O banco Panamericano, por exemplo, concluiu na sexta-feira a emissão de notas no mercado internacional, no montante de US$ 500 milhões. Segundo a instituição, a demanda alcançou US$ 2,3 bilhões, o que demonstra forte apetite pelo país.
Com o Brasil saindo à frente de nações desenvolvidas em seu processo de aperto monetário, há também a expectativa de que investidores externos optem por tentar aproveitar as taxas mais elevadas que serão oferecidas no país.
Nesse cenário, analistas começam a antever a moeda norte-americana retornando ao patamar de R$ 1,70.
Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK, diz que, se o dólar de fato seguir rumo a R$ 1,70, crescerá "a possibilidade de que BC e Tesouro elevem o volume de compra de moeda, o que poderia segurar as cotações acima desse nível".
Na Bolsa de Valores, o dia morno resultou em queda de 0,92%. Após apenas R$ 4,5 bilhões negociados -cerca de 30% abaixo da média diária do ano-, o índice Ibovespa marcava 68.871 pontos.
A depreciação do petróleo, que recuou 1,1% e voltou à faixa de US$ 84, prejudicou o desempenho do mercado local. As ações de Petrobras e OGX, que concentraram cerca de 18% da movimentação total no dia, recuaram. O papel preferencial da Petrobras teve baixa de 2,02%; OGX ON caiu 0,71%.
A queda também afetou a ação PNA da Vale, a mais negociada do dia, que perdeu 0,52%.
Fora do índice Ibovespa, as ações da Telebrás voltaram a ser alvo de compras, motivadas por especulações sobre o futuro do Plano Nacional de Banda Larga. A ação preferencial da tele avançou 26%.
No exterior, as Bolsas conseguiram resultados melhores. A Bolsa de Londres subiu 0,53%. O Dow Jones fechou praticamente estável -0,01%.